quarta-feira, 15 de junho de 2011

BRIGITTE MONTFORD

Brigitte Montfort, codinome Baby, foi criada por Antonio Vera Ramirez, que assinava com o pseudônimo de Lou Carrigan. Foi um tremendo sucesso editorial no Brasil, nos anos 70 e 80, na forma de livros de bolso (10cm x 15 cm). O título pertence à Editora Monterrey, do Rio, que procura manter viva a lenda, porém com dificuldades.

O arquiteto e professor Paulo Rolando de Lima, que viu a foto de Brigitte na coluna, na semana passada, contou que conheceu a morena de olhos azuis quando morava na Casa do Estudante Universitário. "Naquela época de estudante passei um tempo interessado na cultura trash, contracultura etc. Lia muito os livrinhos de bolso (só de espionagem e mistério), assistia pornochanchada, faroeste italiano e filmes de kung-fu, ao mesmo tempo em que curtia os quadrinhos de R. Crumb, Fortuna, Henfil, era vidrado em Godard, Pasolini e Glauber. Tudo isso ao som dos baianos, Gonzagão e Lupicínio Rodrigues, entre uma passadinha do bar do Leleco e visitas ao ensaios da Não Agite."

Além de Rolando, acertaram o nome de "Baby" os leitores Heron Pedroso, Joaquim Aparecido de Souza, Manoel Pedro Pinto Cardoso, Noeli Erthal da Silva, Adriana Delgado, Fabrício Rocha e Misael Ribeiro. Cada um deles vai receber pelo correio, no início de janeiro, um vale-livro, para ser usado em uma livraria de Curitiba.

Misael Ribeiro lembrou que Brigitte, que carregava presa à coxa uma pistola de cabo de madrepérola, era filha de outra personagem de romance, Giselle, "a espiã nua que abalou Paris".

De acordo com o site da editora Monterrey (www.monterrey.com.br), as aventuras de Giselle Montfort foram publicadas pela primeira vez no Brasil em 1948, como folhetim no "Diário da Noite", do Rio. Nas duas décadas seguintes a história saiu em livro, em diferentes edições, e vendeu tanto que abriu espaço para a nova série, a ZZ7,com a filha de Giselle, Brigitte Montfort; uma coleção de 500 exemplares de bolso, que ainda teve uma reedição. Com tiragens tão gigantescas, é surpreendente que não haja maiores comentários a respeito, como se esse fenômeno cultural de massa tivesse virado um segredo e até os leitores se mantivessem na clandestinidade.

Um comentário:

  1. Vanessa,

    Se este assunto continua sendo do seu interesse, convido-a a acompanhar meu blog, recém-inaugurado, no qual as postagens tem sido objeto de pesquisa.

    Até pouco tempo atrás eu também não sabia que não foi o Lou Carrigan quem criou a Brigitte Montfort, e lá você poderá acompanhar toda a história.

    http://brigittemontfort.blogspot.com.br/

    Abraços,

    Startler

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